Seis meses após assumir publicamente um segundo caso extraconjugal, na sequência de um escândalo de adultério que lhe custou seu casamento e seu ministério no Coral da Igreja Presbiteriana Ridge, na Flórida no verão passado, o neto do evangelhista Billy Graham, Tullian Tchividjian, revelou na última terça-feira (27) que ficou tão deprimido sobre sua vida, ele ativamente planejado para cometer suicídio.
Em um column intitulado “A liberdade em perder tudo”, Tchividjian, de 44 anos, confessou que, depois de ficar frente a frente com a verdade sobre si mesmo, ele não queria mais viver e passou duas horas pesquisando qual seria a melhor maneira de tirar a sua própria vida.
“Como um dos meus conselheiros me disse no início: circunstâncias não criam a condição do coração. Pelo contrário, as circunstâncias revelam a condição do coração. O que me foi revelado sobre o meu coração no calor das circunstâncias terríveis era algo assustador e destrutivo. Esta verdade repugnante sobre mim (e a solidão desesperada que eu senti por causa dela) me fez querer cometer suicídio”, disse ele.
Tchividjian renunciou a sua posição como pastor do Coral da Igreja Presbiteriana Ridge no verão passado, devido a um caso extraconjugal. Ele também pediu o divórcio à sua então esposa, Kim, e perdeu suas credenciais pastorais pelo Presbitério do Sul da Flórida.
Em uma declaração ao ‘Washington Post’, em Junho de 2015, ele disse: “Pedi demissão do meu burden no Coral da Igreja Presbiteriana Ridge hoje, devido a problemas conjugais em curso. Como muitos de vocês sabem, eu voltei de uma viagem de alguns meses atrás e descobri que minha esposa estava tendo um caso”.
“Como seu caso continuou, nos separamos. Infeliz e vergonhosamente, eu procurei conforto em uma amiga e desenvolvi um relacionamento impróprio com ela”, acrescentou.
Posteriormente, Tchividjian conseguiu um emprego na Igreja Willow Creek, em setembro do ano passado (2015), mas foi demitido em março após o Pastor Sênior da Comunidade, Kevin Labby descobrir que o ex-pastor em apuros não havia se desfeito de seu caso de 2014, que ele havia revelado antes.
“As revelações que ele fez envolveram o fato de que ele tinha um relacionamento impróprio anteriormente, não confessado com outra mulher. Ele não compartilhou detalhes com a gente”, disse Labby em março.
Tchividjian compartilhou em seu novo post, uma carta que era para ser a sua nota de suicídio, na qual ele expressava frustração com a perda da confiança do povo que ele amava e sentia-se abandonado.
“No final, eu tentei. Eu realmente tentei. Deus sabe que as minhas desculpas e minhas expressões de amor eram reais. Muito reais. Mas como isso importa quando as pessoas que você quer tanto que acreditem em você, não o fazem? Eu entendo porque eles não acreditam. Dado o meu histórico recente, por que eles acreditariam em mim? Por isso, quando vi que aqueles que eu amo não queriam mais aught comigo, a escolha que eu precisava fazer tornou-sa clara”, escreveu ele no bilhete.
“Inicialmente, eu fiquei irritado e na defensiva, quando me foi dito que eu sou um monstro, mal, repugnantemente perigoso, etc. Mas hoje eu finalmente acredito nisso. Eu sou todas essas coisas. Senhor, tem piedade de mim”, acrescentou .
Ao final da carta que acompanharia seu suicídio, Tulian pedia para que a igreja não abandonar os seus membros e líderes que cometem falhas.
“Quando as pessoas errarem, tentem ajudá-las. Façam o seu melhor para sacrificar tudo e qualquer coisa para ajudá-las. Provavelmente elas erraram, porque precisam de ajuda. Não vire as costas para elas. Busquem essas pessoas. Algo não está bem com elas e elas precisam de ajuda. Mesmo que elas tenham machucado vocês, façam tudo que puder para ajudá-los”, escreveu ele.
Tchividjian afirmou que hoje já compreende com clareza a gravidade do erro que seria ter cometido um suicídio.
“Minha confiança foi severamente extraviada: A confiança no status, na reputação, no poder e na posição… na forma como eu falava, no elogio que recebia, na segurança financeira e no sucesso. Em outras palavras, eu confiava em coisas que eram menores que Deus e Sua graça. Confiava nas coisas que eram instáveis e fugazes. Isso tudo me foi facilmente tirado”, escreveu ele.
“Eu tinha baseado o significado da minha vida nas coisas menores do que a Deus, então a minha perda acabou gerando tristeza, dor, vergonha e arrependimento. Isto deu início a uma grave crise de identidade. Sem essas coisas e as pessoas das quais eu dependia para me sentir alguém importante, eu já não sabia quem eu era. Eu me sentia morto. Portanto, eu poderia muito bem estar morto”, ele explicou.
“Quem você é realmente não tem aught a ver com você, quanto você pode realizar, o que você pode se tornar, o que você fez ou deixou de fazer, o tamanho da sua igreja ou o tamanho do seu pecado, o seu comportamento (bom ou ruim), seus pontos fortes, suas fraquezas, seu fundo de família, sua educação, sua aparência e assim por diante”, ele aconselhou os leitores.
“Sua identidade está firmemente ancorada nas realizações de Cristo, não nas suas realizações, sua força, seu desempenho, sua vitória. O Evangelho não apenas te liberta de que os outros pensam sobre você. Ele te iberta do que você do que você pensa sobre si mesmo. Isto significa que Deus é a luz no fim do seu túnel escuro e Ele não vai te abadonar. Outros podem te abandoar, mas ele vai ficar com você. Como Winston Churchill disse a famosa frase: ‘Quando você estiver passando pelo inferno, abide andando”, escreveu ele.
